“Nunca descuraremos o apego à terra.
Só assim podemos macerar os frutos
de um futuro que se quer luminoso.
É essa luz, radiosa, a mais doce.
Este Benefício conta uma estória.
À terceira, era uma vez…”
O Licor de Ginja é feito do saber tradicional da Oppidum e garante a originalidade ao nível das sensações – visão, tacto, olfacto e paladar. Esta é uma receita exclusiva Benefício, desenvolvida em parceria com a Oppidum.
Casa | Néctar | Corpo | Detalhes | História
Casa
A Edição Óbidos é um elogio a todos os que nos inspiram, apoiam e acolhem.
As nossas casas são o Parque Tecnológico de Óbidos, sede d’O Benefício como integração no mundo global; e Startup Lisboa, instituição que nos acompanha, enquanto símbolo cosmopolita e multicultural.
Néctar
O nosso Licor de Ginja é feito do saber tradicional da Oppidum, a única empresa que produz ginjinha com as ginjas fiéis à vila de Óbidos.
Corpo
O nosso ponto de partida é o vazio e nossa especialização é fazer bonito, com qualidade.
Aqui concretizamos a nossa principal epígrafe – ‘Ninguém sabe o que é, mas vai ser incrível!’.
Detalhes
Os valores da criatividade, descoberta, conhecimento e partilha que fazem parte das edições d’O Benefício, culminam sempre na realização de um objecto com história, cuidado e no tempo certo.
História
Há uma montanha de onde a vista abarca quase até Peniche.
É lá que está o foco do Sr. Dário. Dário Pimpão.
Mas é aqui, no Sobral da Lagoa (de Óbidos, claro) que estão as raízes.
Profundas, incontornáveis.
Das ginjeiras, também.
Este é um homem
“Corado Artificialmente”. No tempo em que esta nota figurava nos rótulos, garantindo o sucesso de vendas, Dário Pimpão corria pelas charnecas em volta. Deste monte. Nasceu aqui, na mesma casa que, depois das necessárias ampliações, vê hoje nascer aquele que é (sem imodéstia, garantimos), O Melhor Licor de Ginja de Óbidos. Ou o Único. O que nos cabe explicar depois.
Enquanto o pai se afadigava a escoar os produtos agrícolas, os seus e os dos vizinhos, para os mercados deste fecundo Oeste, o menino Dário e os outros fedelhos locais não pulavam cercas. Porque aqui, hoje como desde que há memória, as propriedades eram delimitadas por ginjeiras. E se uma infância remotamente feliz pode passar por subir às árvores para empanzinar-se dos últimos frutos da Primavera (ou dos primeiros do Verão?), o que dizer quando, em adulto, se pode transformá-los num néctar ímpar? Era o que o pai alquimiava. E que Dário apurou com o tempo. E transmite agora à filha, Marta, bióloga de formação, licorista de coração. É que a outra grande paixão que corre nestes sangues adoçados é sal de mar. De Peniche à Berlenga. Logo ali, ao lado dos casarões com tonéis de maceração e armazéns de guarda, está um barco semi-rígido. Sempre que podem, “Farilhão com eles”. E foi assim toda a vida. A Marta menina, penicheira da parte da mãe, já conhecia a travessia e todos os recantos da Berlenga, as espécies piscícolas, as que o pai pescava, sempre que podia, os golfinhos que amiúde ladejavam o barco e que a lançaram nos estudos de biologia marinha. Sim, há outros encantos para lá destes campos. E são o grande sonho de Dário Pimpão. “Todos os dias tento ir à pesca para a Marta ficar aqui a tratar de tudo isto. Ela abraçou a missão com todo o gosto. Ainda trato de muito, mas quero inverter o meu protagonismo até ser residual. E quando for zero, Farilhão com ele.”
Esta é a sua obra
As primeiras garrafas de Oppidum foram comercializadas em 1988. “O meu pai morreu em 87 e não chegou a ver nada disto. Pensámos em tudo em conjunto, mas já não chegou a assistir ao primeiro engarrafamento”, revela o Sr. Dário Pimpão. E prossegue explicando como chegou ao nível de hoje: “A coisa foi crescendo de tal maneira que as Ginjeiras dos cercados já não chegavam para as minhas necessidades. Os produtores locais também foram percebendo que a ginja era uma aposta ganha, pelas características que tem, únicas no país, e hoje em dia há muitos pomares. Eu próprio sou proprietário de alguns, mas não tenho vagar de cuidar deles. Ou se cava na vinha ou se cava no bacelo. Quando chegava a altura de receber a ginja dos outros produtores, chegava a deixar as minhas nas árvores. Estamos a falar de um produto orgânico e perecível, que se deteriora em menos de 24 horas. Assim, cedo os ginjais gratuitamente aos agricultores locais e eles exploram-nos. A única coisa que lhes peço é que me vendam a ginja ao mesmo preço dos outros produtores”. O que vem depois, parece simples…
O licor de ginja tal como nos lembramos dele, na casa dos nossos avós, “com elas” no fundo da garrafa mais adornada do armário, tinha aguardente. Era assim que, em tempos, se faziam as coisas. Talvez ainda, em alguns casos. Não aqui. A Oppidum, produto de excelência, é conseguida com recurso a álcool de pureza ímpar (96,3%, porque não há álcool 100% puro), insípido e inodoro. As ginjas são depositadas em barricas até à altura de ¾, que depois são cheias desse álcool até acima. Ali ficam, a macerar (não há destilação) durante nunca menos de um ano. É o álcool que faz a extracção da polpa. Depois desse período, o conteúdo é esmagado com uma pressão que inviabilize o esmagamento do caroço. Este tem um papel importante, mas em algumas barricas que são deixadas em maceração durante 5 anos, para que o álcool extraia também as “notas” de madeira emprestadas pelo caroço e que, posteriormente, é adicionado, em proporções menores, à Oppidum. Segundo Dário Pimpão, uma das etapas mais importantes, porque ditam a qualidade deste produto (e algum orgulho que não consegue disfarçar), é a decantação. Ou seja, o período de uma semana em que o produto do seu trabalho “descansa” depois do esmagamento. Para que “o pé assente”. Escusaria este passo se filtrasse o produto, logo após o seu esmagamento. Mas segundo o próprio: “os filtros são demasiado asseados. Tiram as impurezas, mas também os aromas e os sabores. Tiram tudo”. É um processo moroso e caro. Talvez por isso seja o único produtor que o faz. O resultado é óbvio. A sua qualidade inquestionável. A beleza de tudo isto está, inclusivamente, no facto de ser impossível de conseguir dois lotes iguais. “Estamos a trabalhar com um produto agrícola, 100% natural. E assim como não há dois queijos da serra iguais, o mesmo aqui se aplica, mesmo que as ginjas venham sempre dos mesmos produtores. Só podemos controlar o álcool e o açúcar”, explica.
Esta é a nossa terra
O Oeste é a Terra à Mãe de Semear. Camponesa. Orgânica. Tem as rugas da sua história puxadas a arado. E tem em Óbidos, esse poema dito com a dicção da Natália Correia e a paixão de Mário Viegas, um grito. Para que Portugal todo oiça. É uma metáfora de um país inteiro. Porque muito para além da vila histórica, rodeada de muralhas, atracção turística incontornável, há um polo de criatividade. E inovação. Chamemos-lhe a Mother Ship. D’O Benefício. O Parque Tecnológico de Óbidos, na rua da Criatividade. Dispensa apresentações. Mas não uma homenagem. Esta é a nossa. Porque da terra onde nascemos brota o melhor. Pelas mãos da sua gente. Colher os frutos e, sem artifícios ou ardis que não o engenho e a criatividade ancestrais que entretanto se tornaram tradição, praticar aquela que é a mais antiga alquimia. Para O Benefício de todos, desta vez levámos o Melhor Licor de Ginja de Óbidos, para a Startup Lisboa, a nossa segunda casa. E foi nessa incubadora de criatividade por excelência, revérboro desta capital que volta a brilhar hoje como naquele tempo em que o poente reflectia em milhões de azulejos a cobrir uma cidade que fervilhava de vida, que cogitámos. Provámo-la. Considerámos sem cismar. Provámos outra vez. Meditámos, quase. Para concluir que há fins imponderáveis. Porque os princípios são óbvios. Ali, no n.º 80 da Rua da Prata, em plena Baixa Lisboeta, lugar simbólico daquela que foi a primeira cidade verdadeiramente cosmopolita do Velho Continente, onde os mercadores acorriam por profissão e se fixavam por paixão, voltámos a aplicar a mais antiga fórmula: Acrescentar valor a um produto de excelência. Como um diamante vindo de África era acolá lapidado ou uma seda chinesa era além transformada numa peça intemporal, deixámos o Licor ao dispor de um dos mais fecundos polos de inovação portugueses, o laboratório de investigação e desenvolvimento digitais Vitruvius Fab Lab, do ISCTE-IUL, onde foi transformada num objecto único, através de uma abordagem tecnológica de ponta.
Um futuro auspicioso, onde a tecnologia existe para melhorar a vida de todos, não descurará nunca o nosso ADN, as raízes e os tesouros que geram.
Para que sejamos homens inteiros, teremos sempre que começar por, em criança, empanzinarmo-nos dos últimos frutos da Primavera. Ou dos primeiros do Verão. Só depois subsistiremos a qualquer Inverno que a Humanidade possa vir a ter de passar.